Solidão da mulher negra
- Revista Alternativa LGBTQ
- 2 de fev. de 2023
- 2 min de leitura

Nos últimos anos, muito se ouviu falar sobre o empoderamento da mulher, muito debate sobre as forças e a revolução, que é discutir a “mulheridade”. Mas na medida que cresce esse tema, torna-se mais evidente as lacunas que ainda existem hoje, em 2023, sobre o entendimento de solidão, que é o resultado do racismo estrutural, a falta da tal sororidade do feminismo e a própria militância, causam na vida das mulheres pretas.
Percebo que, um dos passos importantes para aprendermos a lidar com essa solidão, é o auto amor. Amar nossos traços, nossa história, nossos ancestrais, nossas religiões (que são múltiplas, diga-se de passagem). Quando olhamos para o espelho e amamos aquilo que nele reflete, amamos nossas intelectualidades e expertises, aprendemos a gostar daquilo que nos é semelhante, quebramos sistematicamente barreiras criadas e impostas a nós por anos!
Falar sobre amarmos o que enxergamos ao ver o reflexo no espelho, está além de nos acharmos bonitas, envolve também algo muito importante que é o fortalecimento em rede. E se fortalecer em rede também significa entendermos a importância que é mostrarmos para os mais novos, a beleza que existe em nossos traços, nossos cabelos, nossos turbantes, nossa cultura e etc. É através de fortalecermos nossas raízes que conseguiremos gerar frutos lindos, que são nossas crianças, nossos jovens. É importante mostrarmos para elas e quebrarmos desde cedo esse sistema de demonização dos nossos corpos. Mostrar para as nossas crianças que o corpo preto é lindo, que o corpo preto é digno de ser amado, que a mulher preta é digna de se construir uma família, que a mulher preta é também para ser amada em praça pública. Quando entendermos a força dessas palavras e torná-las em atitudes, quebraremos então esse projeto de extermínio que foi muito bem pensado e articulado pelos brancos de outrora, romperemos as lacunas que a falta de amor para com as nossas e conseguiremos pensar em um futuro que não seja utópico, mas sim um futuro de amor para todas.
Mulheres: se amem!
Mulheres pretas: Se amem e tomem posse de suas realezas roubadas por anos!
Autora: Fala aí preta...
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