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DESCOBRIR-SE

  • Bianca Remohi
  • 28 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Os meios de comunicação esgotam as formas de contar as agruras das “saídas do armário” dos homossexuais masculinos, mas pouco se fala do assumir-se ou descobrir-se das mulheres, passando a falsa impressão de que não sofremos, não possuimos medos ou dúvidas e que toda a pressão familiar e social só recaia sobre os homens gay. Conversamos com 3 leitoras de gerações diferentes que nos revelaram toda sua rebeldia em assumirem –se lésbicas ou bissexuais e o preço pago por essa ação.

ELA ( Bianca Remohi– 19 anos)

Tudo começou com apenas um olhar...um toque...

Todos nós, em algum momento de nossas vidas, paramos e nos perguntamos quem realmente somos. Medimos nossos atos, nos surpreendemos com os nossos desejos, descobrimos um novo “eu” a cada sentimento. Como todo cidadão nos encaixamos na sociedade, nos privamos de algumas verdades, e as vezes até mentimos para nós mesmos. Tentamos ser muitas vezes aquilo que não somos , tememos a realidade, escondemos os nossos desejos. Mas, já percebeu que não podemos nos esconder dos nossos próprios pensamentos? Pois é, eu percebo a cada momento...Eu percebo nela. Quem é ela? O que tem nela? Uma noite, um instante, uma aventura singela. Um toque, um olhar, uma piscadela.

Seu jeito inocente mas ao mesmo tempo provocante. Seu sorriso puro, malicioso, perturbante.

O que ela tinha que me hipnotizava de forma tão constante? Ela era um mistério, e com certeza um que eu adoraria desvendar. Mas, isso tudo era loucura. Espera... eu nunca dissera ser normal. O que estava acontecendo? Ah, esses desejos. Eu não estou entendendo! Não importa mais, quero me derreter em seus beijos. Como isso foi acontecer? Seu toque, seu jeito, seus devaneios. Suas carícias, seus encantos, seus anseios. Tarde demais, eu já me rendi, muito antes de entender o que estou fazendo aqui. Não quero voltar à realidade, está bom aqui. Não quero ligar para o demais, viver o sentimento é o que há dentro de mim. Quero me entregar à essa fantasia. De seu riso frouxo à uma linda melodia. Das borboletas no estômago à um toque perigoso do desconhecido. Às experiências de um novo que agora me faz todo o sentido. Ao desejo do reencontro antes mesmo do fim aqui proposto. Me entregar à esse amor bandido para outros, mas puro e inocente, incrível e indecente, novo e inexplicavelmente livre. Me entregar à essa sensação de que nada mais importa, de que somos eu e ela contra o mundo lá de fora. Sim, só ela me importa. Me conforta. Com um toque, uma piscadela. Ela. Linda, tão dela. Ela. Meu novo “eu”, graças à ela.


 
 
 

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