O que é ser lésbica, afinal?
- Revista Alternativa LGBTQ
- 5 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
Muito se fala sobre o que realmente significa ser lésbica. Ao pé da letra é ser alguém que se identifica como mulher e sente atração afetiva ou sexual por outra mulher.
Mas mulheres bissexuais e pansexuais também sentem atração afetiva ou sexual por outra mulher, certo? Então essa definição do que é ser lésbica é muito rasa.
Honestamente, cheguei a conclusão de que ser lésbica vai muito além da atração afetiva ou sexual. É um conjunto de fatores que se complementam e que fazem a gente se reconhecer.
Ser lésbica é ser política, pois manifestamos nossa insatisfação e lutamos com unhas e dentes por mais visibilidade, mais respeito, mais liberdade e por direitos que nos é negado.
Ser lésbica é ser revolução, quando saímos do armário, demonstramos afeto em público, escrevemos nossas histórias e nos acolhemos, indo contra um sistema que nos põe em caixas.
Ser lésbica é ser plural em nossos corpos, histórias, processos etc. Indo na contramão dos padrões que a sociedade nos impõe. Somos muitas! E somos diversas, querer nos colocar em caixas estereotipadas como se houvesse um modelo a ser seguido é apagar nossas histórias.
Ser lésbica é ser história, quando lideramos movimentos e mostramos a que viemos e o que faremos para conseguir esse feito. Ou quando inspiramos os outros com nossas histórias e perrengues.
Ser lésbica é ser mulher, acima de tudo, ainda que fora dos padrões. E ser mulher é ser uma poesia infinita, singular e incompreensível. Aí está a graça em amá-la! O desafio de desvendar seus sentimentos. Porque cada uma de nós é única e cheia de enigmas a serem desvendados.
Ser lésbica é ser um monte de coisas que, se a gente for parar para analisar nem caberia em um só texto. Ou poderiam ser escritos vários textos por mãos diferentes. Porque, acima de tudo, ser lésbica é ser plural.
Prazer, sou a Franciellen Santos!

Nasci no fim da década de 90 na cidade de Campos dos Goytacazes que fica no interior do estado do Rio de Janeiro.
E sou uma jovem poeta lésbica negra. Me dedico a escrever poemas em nome da representatividade lésbica preta.
Pedagoga por formação, acredito que a educação é o caminho certo para transformar a sociedade em um lugar melhor, mais inclusivo e aberto à diversidade, principalmente para pessoas que como eu são LGBTQIAP+.
Como poeta, já participei de antologias e já fui publicada em revistas e jornais. Mas meu objetivo é deixar minha marca no mundo com meus escritos e inspirar pessoas.
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